quinta-feira, outubro 18, 2007

tu vientre es una plaza soleada

Não sei se quero responder a essa pergunta. Mas vá lá, se eu não responder agora terei que fazê-lo outra hora, pois sempre haverá um gaiato esperando pra jogar isso em cima de mim:

- Você não deveria se surpreender por todas as histórias possuírem algo sobre o amor no meio: todas as histórias falam de amor. Todas as que importam, ao menos. E, antes que comece a reclamar de minhas generalizações e dizer que relativizo tudo, peço que olhe para cá e escute um instante:

Qual é a história que você já ouviu ou leu que não versasse sobre o amor? Já leu um romance que não falasse dele? E o quê significa “romance”, por acaso, senão o cortejo, a atração? Desafio a você para que me aponte uma única narrativa que não contemple o amor feliz, o fracassado, o amor de uma filha por um pai, de um homem por uma idéia, de alguém por si mesmo. Vamos parar de pensar apenas no amor de um ser humano pelo outro, já tão repisado. Falo dos outros nomes que o amor possui, inclusive daquele que não ousa dizer seu nome. A obsessão é o amor por um pensamento; a vingança, por uma revanche. Por Deus. Pela Pátria. Por um desejo alucinado, por uma virgem descarnada, pela arte, pelo ofício, pela fantasia; tudo é sobre o amor.

Não há livro, filme ou quadro que escape desse desígnio, não há mito que tenha sua origem fora dessa esfera. Não falo do amor sentimental, mas do arcaico, daquele que nos envolve e preenche, que nos impele, que nos ensina a sobreviver, daquele que nos força a contar nossas histórias. O amor me trouxe até aqui; e o amor me levará embora.

4 comentários:

Thai disse...

Não são as coisas que nascem do amor. E sim no amor que pode ser transformada qualquer coisa (o que me parece um pouco diferente). O melhor seria dizer: qualquer coisa pode ser qualquer coisa, e isso depende 'somente" de quem dá a ela um significado (que pode ser qualquer um).

Mari disse...

me deixa sossegada saber que, quando você for embora (em anos inimaginados para frente), vai em tão boa companhia.

que bom que você voltou pro bloog com essa assiduidade. você faz parte da minha semana, sabia? eheheheh

beijos

Stephanie disse...

quando não se escreve sobre o amor, em seus mais variados apsectos - com e sem nome - escreve-se sobre o incômodo que sua ausência provoca, sobre as ilusões vividas acreditando ser amor. Ele se revela, nem que seja por contraste.

acho que sigo essa sua linha final, vou seguindo o amor, e com vou-me também.

=)

beijo

Fischer disse...

Nada a ver!
Você somente deu um nome ao que quer que permeie tudo. Eu posso também dizer que tudo é "deus", que é sabedoria, que é amor.
E se quiser algo mais paupável, que tal dizer que todas as histórias falam sobre conjuntos? (Essa é mais forte, não?)